Hallstatt e a busca dos sonhos
Com 15 anos, vi uma foto de Hallstatt, na Áustria, pela primeira vez. Na época, a salvei do Google Imagens e a coloquei no plano de fundo do meu computador — que ainda era aquele tipo tubular.
Para quem nunca ouviu falar dessa cidade, ela é uma vila de pouco menos de mil habitantes, localizada no meio dos alpes austríacos. Para chegar lá, você tem duas opções, uma de carro pela estrada comum e outra de trem e barco.
Desde quando me deparei com essa vila por uma foto, criei imagens a caminhar pelas ruas, a fazer o trajeto de barco para chegar lá, a sentir o clima frio e aconchegante, a tomar algo quente em algum lugar; me perguntava sobre o frio ou se caía neve o tempo inteiro nas montanhas.
Hallstatt estava na minha lista de lugares para conhecer quando fiz meu intercâmbio na Irlanda, onde morei por dois anos e meio. Acreditava que seria o momento certo, pois, quando a gente tem experiência de morar na Europa, as viagens são muito mais facilitadas, porque existem aéreas com passagens low cost (baixo custo). Porém, por ter outras prioridades naquele período, não consegui visitar a localidade.
Não acredito que as coisas já estejam pré-determinadas a acontecer com hora marcada, creio que a gente tem um caminho e escolhas para trilhar até alcançar o momento. Mas também sinto que a gente precisa estar pronta — e eu não estava, na época do intercâmbio. Mas, depois da decisão de fazer o meu mochilão, surgiu o sempre bem-vindo “a hora é agora”.
Embarquei em setembro de 2023, antes fiz meu mapa astrocartográfico com alguém de confiança. Uma breve explicação aqui para você: a astrocartografia é uma ferramenta excelente para quem gosta de astrologia e viagem, o profissional analisa as energias dos astros ao redor do mundo com base no seu mapa natal.
A energia que mais predominava sobre a Áustria era que seria um lugar para desbravar sozinha, que muitos processos internos iriam florescer e que vários insights viriam a acontecer. Minhas reflexões seriam constantes com o exercício da solitude.
Quando eu me sentei no trem, olhando para os Alpes, impressionada com o tamanho dessa natureza, chocada com aquele momento e impactada com cada sentimento que envolve o realizar de um sonho, entendi tudo o que a astróloga falou. Entendi que precisava viver aquilo comigo mesma, entendi que as coisas acontecem no momento que precisam acontecer, entendi que sonhos podem e devem ser realizados, entendi o quanto a gente merece planejar uma viagem.
No trem austríaco, em alta velocidade, assisti paisagens, pessoas, montanhas, imagens campestres, vi também aquela garota de 15 anos com seu sonho no wallpaper do monitor. Hoje, percebo como foram — e são — importantes essas criações, esses momentos. Quando cada um de nós pode desejar e buscar o seu sonho. Em passos solitários ou com amigos lado a lado. Sempre teremos aprendizados, memórias e momentos.
Que tal começar desde já?
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